Dias atrás eu li uma matéria sobre o Eike Batista e um pensamento me veio à cabeça: o que diferenciou esse homem dos milhares e milhares de garimpeiros que se aventuraram na remota floresta amazônica em busca de ouro, na mesma época em que ele por lá estava? Ao mesmo tempo comecei a pensar na semelhança existente entre o Marketing de Rede no Brasil, atualmente, com as diversas fases que o extrativismo brasileiro viveu, onde a mais famosa delas ficou conhecida como “a corrida do ouro”. Hoje, estamos vivendo um momento em que o Brasil é a bola da vez no cenário internacional e que o mundo todo está olhando para cá, para nosso crescimento, a despeito da crise que assombra o primeiro mundo. Assim, a cada dia, gigantes multinacionais aportam em nossa terrinha em busca de sua fatia de mercado, sendo algumas delas empresas de Marketing de Rede. Estamos vendo, literalmente, uma “corrida para o Brasil”. E a tendência é que essa especulação mantenha-se crescente por um bom tempo. Não tenho dúvida de que nos próximos anos veremos cada vez mais empresas de MMN chegando aqui com força total e, a cada nova chegada, mais uma enxurrada de emails encherá sua caixa de mensagem com títulos do tipo “seja pioneiro”, “oportunidade de pioneirismo”, “receba derramamento”, “fique acima de toda rede” e, a pior de todas, “entre agora que construiremos sua rede para você”. Trata-se da corrida de ouro do Marketing de Rede, só que, nesse caso, temos dois grupos de competidores: de um lado a corrida das empresas para botarem seus pés no Brasil e, paralelo a isso, a corrida dos distribuidores querendo encabeçar as redes de suas respectivas companhias. Mas, então, como saber onde o ouro está, como saber qual será a próxima empresa bilionária, quem virá a ser o próximo Eike Batista de nossa indústria?
Seja o Eike Batista do Marketing de Rede
Bem, esse não é um blog de especulações, fofocas ou notícias sobre o mercado do Marketing de Rede. Na verdade, é uma coleção de relatos de experiências e opiniões pessoais sobre o que penso desse negócio. Assim, não pretendo ficar especulando quem será a próxima empresa a explodir no Brasil ou qual o próximo distribuidor a ficar milionário nessa indústria. Tampouco pretendo levar essa comparação tão a fundo, porque, se na verdadeira corrida do ouro a sorte era fator fundamental, no Multinível isso não é verdade. Alguns podem até pensar em tentar a sorte também com os “diamantes”, e podem até os encontrar, mas, se não forem merecedor de os possuir, voltarão a ficar sem eles. A sugestão e comparação que estou fazendo com o homem mais rico do Brasil é na tentativa de iluminar sua cabeça com os pensamentos que nortearam os passos do Eike. Na matéria que li, o jornalista falava que quando cruzou com Eike, por volta de 1980, em Itaituba, no Xingu, ele era um simples garoto de 22 anos, que comprava e vendia ouro, concorrendo com grandes garimpeiros da região. Para além desses grandes garimpeiros que, segundo o jornalista, “sumiram enquanto Eike prosperou”, a região devia ser infestada de milhares de pessoas em busca de enriquecimento rápido, do grande “achado”, da grande pepita de ouro que lhes permitiria voltar para casa e ser “feliz para sempre”. Ainda segundo o jornalista, essa não era a intenção de Eike, pois, mesmo depois de conquistar seus seis primeiros milhões de dólares aos 23 anos de idade e ter a opção de “ir para a praia”, não foi isso que ele fez. Eike tinha o empreendedorismo na veia e empreender foi o que ele continuou a fazer, até tornar-se o oitavo homem mais rico do mundo. Mas como ele fez tudo isso? Em primeiro lugar, ele sabia que pioneirismo era uma vantagem competitiva, mas não era tudo – ele sabia que, embora muitas pessoas tivessem chegado no garimpo antes dele, se fizesse seu trabalho corretamente, alcancaria seu sucesso (essa coisa de “seja o primeiro da rede” não quer dizer nada). Segundo, Eike não foi “tentar”, arriscar encontrar sua pepita de ouro para voltar para casa com todos os seus problemas financeiros resolvidos para sempre. Eike foi para ficar! Ele foi para “estabelecer-se” no mercado de extrativismo pensando em aprender o máximo, trabalhar o máximo, ganhar o máximo de dinheiro e, se calhasse, vir a entrar para a história do empreendedorismo contemporâneo.
Como garimpar seus diamantes no Marketing de Rede
Assim como no garimpo, muitas pessoas veem a possibilidade de ganhar dinheiro rápido no Marketing de Rede, mas essa não é a essência desse negócio. Nós estamos numa atividade que, por regra, leva tempo para que as coisas se estabilizem. Imagine que você inicia seu negócio junto a uma empresa e demandará algum tempo para aprender sobre seus produtos, sobre seu plano de marketing, sobre como convidar pessoas, fazer uma boa apresentação, um bom fechamento, etc. E que todas as pessoas que você trouxer para o negócio terão que passar pelo mesmo processo, e todas as outras, trazidas por elas, também. Isso leva tempo. Então, você pode até explodir e ter um crescimento acelerado dentro de alguns meses ou um ano, mas só terá uma organização realmente profissional dentro de três a cinco anos, no mínimo. É burrice entrar nesse negócio se pretende passar pouco tempo, não acha? Você vai perder a melhor parte do jogo, que é justamente quando seu time estará profissionalizado, com o passe de bola afinado, e as coisas andando de “vento em pôpa”. Então, o melhor que você pode pensar é em estabelecer-se no mercado do Marketing de Rede como um profissional que pretende passar anos nesse setor, dando o máximo de si, aprendendo o máximo de seu negócio, ajudando o máximo de pessoas, ganhando o máximo de dinheiro e, a exemplo de Eike Batista, porque não, fazendo história nessa indústria? Se pretende encontrar pedras preciosas que resolvam seus problemas financeiros para sempre, mude seus pensamentos a respeito da oportunidade do Marketing de Rede. Não pense em fazer uma ou duas escavações e logo jogar suas ferramentas de lado, resmungando que nesse terreno nada há. Sintonize seus pensamentos e suas ações com o trabalho, com a crença, com a perseverança e, quando um, dois, três, quatro “nãos” surgirem consecutivamente, ainda assim mantenha-se firme com seu plano de trabalho. Pegue uma carona nos embalos de Raul Seixas e “tente outra vez”. Tenha em mente que o importante não é descobrir para que lado o ouro está, ou qual empresa será a bola da vez. O seu trabalho e sua determinação, onde quer que esteja situado (no garimpo ou na indústria MMN), é o que realmente vale. Não é uma questão de sorte, mas de desempenho. E lembre-se que ao menor sinal de que está ali apenas para “fazer um dinheiro rápido”, sua reputação, o suor que já derramou e as pedrinhas que já conquistou podem ir por água abaixo num piscar de olhos. Ao invés disso, busque sua consolidação, não como um garimpeiro que foi lá na Amazônia apenas tentar a sorte, mas como um empreendedor que foi estabelecer-se na indústria do extrativismo e encontrar os mais valiosos minérios. Verdadeiros diamantes que enxergarão o valor, o mérito e o esforço de quem os garimpou e que estarão com você para o que der e vier. Trate seu empreendimento com seriedade, não como uma aventura. É assim que se faz esse negócio! É assim que se constrói uma organização de sucesso e é assim que se escreve uma grande história – como a de Eike Batista, que, respondendo a pergunta que fiz no início do post, se diferenciou de todos os outros justamente por não ter sido apenas mais um “aventureiro”.
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